sábado, 14 de marzo de 2009

A arte do bem viver e morrer

PARADIGMA
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A arte do bem viver e morrer
Tanatologia é a ciência que resgata a dignidade da morte e contempla aspectos emocionais; estudo tem origem na psicologia budista tibetana e em Carl Gustav Jung

Ana Elizabeth Diniz
Especial para o Pampulha
A única certeza que se tem na vida é a morte e, no entanto, todos a ignoram. A morte parece estar sempre longe de nós como se atingisse apenas o outro. "Quem teme a morte teme a vida. O trabalho com a morte prepara a pessoa para a vida. Grande parte de nossos medos advém do apego. Temos medo de perder afeto e consideração das pessoas, medo de perder o emprego, medo de amar. Trabalhando o medo da morte (que é a maior perda), a pessoa se prepara para lidar com as pequenas perdas de uma maneira mais sadia.

O medo da morte está diretamente ligado ao desconhecimento do sentido da vida", ensina Gislaine Maria D’Assumpão, terapeuta transpessoal e diretora do Centro de Orientação sobre o Sofrimento e a Morte - Cosmo.

A palavra tanatologia vem do grego, thanatos (morte) e logia (estudo). Estudo que ultrapassa o fenômeno e analisa os processos emocionais e psicológicos decorrentes. Dentro desse conceito, a morte não existe, é apenas uma mudança de estado de consciência.

A terapeuta acredita que da mesma forma que somos ajudados para nascer precisamos ser ajudados também para morrer. "A preparação para o momento da morte acontece em cada instante de nossa existência, questionando o sentido da vida", diz.

Segundo a especialista, quando se enfrenta a morte como parte integrante da vida, aprende-se a aproveitar melhor a convivência com as pessoas amadas. "Cientes de que tudo muda, que não sabemos quanto tempo teremos com essas pessoas, faz-se necessário um mergulho interior na busca da compreensão da vida", explica.

Gislaine, que há anos trabalha com pacientes terminais e com as famílias, dá dicas para as pessoas que perderam um ente querido. "A visão da realidade, o que era importante deixa de ser, o que não era passa a ser. importante respeitar seus sentimentos, viver o luto. Não viva só a ausência, importante fazer homenagens a ela nas datas significativas, avaliar o que ela deixou para você. Mexer em seus pertences, só quando o seu coração pedir. Transforme o seu sofrimento em força interna, essa é a chave que rege o mundo", afirma. Ela dá mais uma dica: "Use a sua mente para pensar positivamente, crendo na esperança. Como a borboleta que foi lagarta, permita a transformação e renasça para uma vida nova".

DESTAQUE
Cinco estágios do processo:

Negação e isolamento. A primeira resposta à notícia de uma doença fatal.

Raiva. Por que eu? Intenso sentimento de revolta e agressividade.

Barganha. Tentativa de adiar o inevitável: Deus invocado, promessas são feitas.

Depressão. Grande sentimento de tristeza, de pesar pelas perdas do passado e pela perda que se aproxima.

Aceitação. O processo até a morte pode ser experimentado em clima de compreensão.


O QUE DISSERAM

"Quando você compreende totalmente que cada dia que acorda pode ser o último, você aproveita a oportunidade desse dia para evoluir, tornar-se mais aquilo que realmente "
Elisabeth Kubler Ross

"O momento da morte é o mais elevado momento da vida"
Jean-Yves Leloup

"A morte é um lembrete poderoso para usarmos bem a vida"
Chagdu T Rinpoche

"Morrer não é um momento fixo, um evento único em toda minha existência. Assim como o viver, morrer é um exercício diário. Viver e morrer é uma coisa s"
Geraldo Eustáquio de Souza

"É da natureza das coisas tomar formas para dissolvê-las depois"
Buda

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